Visitas a recém-nascidos exigem cuidados

Pediatras recomendam evitar contato com adultos nos primeiros meses de vida.

Autora: Fernanda Góis*
Editora: prof. Larissa Bezerra

É comum com a chegada de um bebê que amigos e familiares queiram fazer uma visita. Mas os primeiros dias de vida de uma criança são um período de adaptação dos pais com a nova rotina, com noites mal dormidas e início da compreensão das necessidades do novo membro da família. Assim, sobra pouco tempo para se pensar no contato com outras pessoas.

Mas, afinal, é recomendado visitar recém-nascidos? A pediatra Daniela Canavezi diz que não é proibido, mas melhor evitar, principalmente se a pessoa estiver com qualquer sintoma de doença respiratória. “Muitas vezes a pessoa acha que é apenas uma rinite e não é. Para um adulto ou uma criança a consequência seria apenas o resfriado, para o bebezinho já toma outras proporções”, explica a médica.

Por isso, muito pediatras recomendam evitar contato com adultos e crianças maiores nesses primeiros meses de vida, pois o sistema imunológico do bebê ainda é muito imaturo. E, se esse contato for acontecer, diversos cuidados são necessários.

O médico Tiago André Ribeiro recomenda que é importante lavar sempre as mãos e até mesmo usar máscara, além dos pais evitarem levar o recém-nascido para supermercado, igreja e outros lugares fechados. “Às vezes não tem outro jeito, precisa levar, mas tem que ter um cuidado todo especial para proteção da criança”, diz.

Além disso, é importante estar atento aos sintomas, notando qualquer dificuldade para respirar, coriza ou tosse, é importante buscar atendimento médico. Quanto mais rápido o acesso aos cuidados, melhor a recuperação.

Quando teve o primeiro filho, Luciene Renata Silveira notou que o bebê de apenas quatro dias estava com a respiração mais rápida que o normal e resolveu procurar uma avaliação profissional. A princípio, recebeu a informação de que poderia ser algo normal nesse início de vida, mas como a situação não se normalizou, decidiu levar a criança ao hospital. O quadro evoluiu para uma pneumonia e, ao todo, foram 21 dias de internação.

Luciene e a família. Foto: arquivo pessoal.

Segundo ela, os médicos alertaram que pode ter sido algo transmitido por alguém que não percebeu que estava doente e visitou a criança. “Foram dias difíceis, me senti muito fragilizada por não ter sido mais rápida”, conta. Hoje, Lucca, o filho de Luciene, tem 5 anos. O segundo filho também passou por situação parecida, mas a mãe diz que, por saber identificar os sinais, conseguiu atendimento rápido e a recuperação foi mais fácil.

“Aprendi que nos primeiros dias de vida devemos receber o menor número possível de pessoas e pedir para que higienizem sempre as mãos e usem máscara. Além disso, passear com o bebê somente depois dos três meses, quando estiver vacinado, e nunca em lugares fechados e com aglomeração”, finaliza Luciene.

*Sou Fernanda Góis e estudo Jornalismo na Unicesumar. Mãe em dose tripla, empreendedora, e compartilhando a maternidade nas redes sociais: @fergoissouza

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