Projeto distribui refeições e promove ações de apoio e reintegração social

Evento social ocorre semanalmente em Porto Alegre-RS, oferecendo apoio e solidariedade à comunidade local.

Autor: Antony Khamis*
Editora: Prof. Larissa Bezerra

Segundo levantamento de 2025 da Secretaria Municipal de Assistência Social 5,2 mil pessoas estão em situação de rua na capital gaúcha. Organizações Não Governamentais dizem que esses dados são apenas uma contagem superficial e, contabilizando os verdadeiros números, podem ser mais de 8 mil pessoas.

Mesmo contando os números oficiais, houve um acréscimo de 14% se comparado ao ano passado. Cerca de 400 pessoas nessa situação estão em acolhimento institucional e apenas 253 estão recebendo benefícios do Sistema Único de Assistência Social. Isso deixa uma brecha preenchida por ONGs e projetos, que servem como auxílio àqueles que não conseguem assistência.

Uma dessas ONGs é a “Prato feito das ruas”, fundada em 2016 por Rose Carvalho e seu marido Fábio. Situada em um ponto estratégico na capital gaúcha, é uma ação comunitária que ocorre todos os sábados, sob o viaduto da Imperatriz Leopoldina, no bairro Farroupilha. Segundo Fábio, co-fundador do PF, o projeto veio de uma vontade maior de ajudar os que precisavam.

Para o voluntário, a concepção do projeto surgiu de uma “ideia de ampliação”, indicando que a iniciativa nasceu com a visão de expandir o alcance e a profundidade das ações já existentes ou de suprir uma lacuna percebida na comunidade. Essa visão de crescimento e de impacto positivo é o que impulsiona a equipe a enfrentar os desafios e a buscar soluções inovadoras para garantir a continuidade e o sucesso do projeto.

Fábio enfatiza também que o projeto enfrenta desafios significativos que demandam atenção contínua e estratégias eficazes. Um dos maiores obstáculos é a diminuição do número de voluntários. A dependência do engajamento comunitário torna o projeto vulnerável a flutuações no interesse e na disponibilidade das pessoas, o que pode impactar diretamente a capacidade de suporte oferecido.

Além da questão dos voluntários, a necessidade de infraestrutura adequada é um ponto crítico, Fábio ressalta que essa carência exige investimentos significativos e um planejamento cuidadoso para garantir que as operações possam ocorrer de forma eficiente e segura.

Outro desafio é a ausência de políticas públicas de apoio. A falta de incentivos governamentais, financiamento ou parcerias institucionais torna o projeto excessivamente dependente de iniciativas privadas, esforços isolados e doações. Fábio argumenta que o reconhecimento e o suporte do poder público seriam fundamentais para a sustentabilidade e a expansão do projeto. Essas dificuldades, segundo ele, exigem um esforço redobrado de toda a equipe e dos envolvidos para manter a eficácia e frequência do suporte oferecido.

O projeto atualmente mobiliza uma impressionante rede de solidariedade, contando com cerca de 50 voluntários dedicados que se unem em um esforço contínuo. A cada ação, são produzidas aproximadamente 1200 marmitas, que beneficiam entre 600 e 700 pessoas em situação de vulnerabilidade. Além da distribuição de alimentos, o projeto oferece uma gama de serviços essenciais, como cortes de cabelo gratuitos, realizados pelos Barbeiros Guerreiros. Há também suporte veterinário, com o apoio do grupo Vets de Rua, para aqueles que possuem animais de estimação. A assistência à saúde é ampliada com o suporte psicológico e médico oferecido em parceria com a ONG Médicos do Mundo, complementado por colaborações ocasionais que incluem serviços de assistência jurídica e fisioterapia, reforçando o compromisso integral com o bem-estar da comunidade atendida.

Corte de cabelo solidário oferecido pelos Barbeiros Guerreiros. Foto: Antony Khamis

A ação não apenas auxilia os necessitados, mas também oferece benefícios significativos aos seus voluntários. Uma voluntária, que preferiu não ser identificada, compartilhou um depoimento emocionante, revelando o impacto transformador da iniciativa em sua vida. Ela relatou que ingressou no projeto em um momento pessoal desafiador. “Ajudar essas pessoas com um sorriso muda tudo”.

Como contribuir

O PF das Ruas aceita colaborações financeiras, por meio da chave PIX: 55.669.277/0001-01(CNPJ do projeto).

*Antony Khamis, 21 anos, gaúcho, apaixonado desde sempre por falar e comunicar, amante de uma boa discussão. Assíduo leitor de suspense e terror seguindo sempre a filosofia de vida que o medo nos move a sermos melhores, escritor de poemas e poesia e fotógrafo nas horas vagas, amo registrar o mundo e colecionar momentos.

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