Micro e pequenas empresas são pilares fundamentais para economia do país

Mapa de Empresas indica que o Paraná ocupou a quarta posição nos estados com maior percentual de negócios abertos; economista explica o cenário.

Autora: Débora Luiz dos Santos Correia*

Segundo o Mapa de Empresas, publicado no início de 2024 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, de janeiro a agosto de 2023, no Brasil foram abertas 2.716.269 milhões de novos estabelecimentos, totalizando 21,8 milhões de empresas ativas em todo o território nacional. Destas, 93,7% são de microempresas ou empresas de pequeno porte. O Paraná ocupou a quarta posição nos estados com maior percentual de negócios abertos em 2023.

Impulsionado pelo desejo de criar mudanças positivas, o empreendedorismo local tem como objetivo gerar empregos, fortalecer a economia regional, promover a inclusão social e oferecer soluções para desafios específicos enfrentados pela comunidade. E este é um processo de identificação de oportunidades, criação de negócios e inovação em uma região específica, visando o crescimento econômico e social sustentável. As pequenas empresas, embora rotuladas como ‘pequenas’, desempenham um papel fundamental na economia brasileira, conferindo uma contribuição significativa ao PIB (Produto Interno Bruto) do país.

Por causa dessa importância no cenário econômico os empreendedores possuem a possibilidade de auxílio de diversas organizações para o desenvolvimento, a manutenção e a fixação do seu negócio, como o SEBRAE, (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) que tem o objetivo fomentar o empreendedorismo no Brasil, auxiliando as pequenas empresas e Micro empreendedores individuais.  

Outra ferramenta é o programa LIDERA, que faz parte do LIDE, (Grupo de Líderes Empresariais) é uma organização que reúne executivos dos mais variados setores de atuação em busca de fortalecer a livre iniciativa do desenvolvimento econômico e social, assim como a defesa dos princípios éticos de governança nas esferas pública e privada. No Paraná, há uma plataforma de aceleração de negócios para empresas e empreendedores, a partir do LIDE Paraná, a organização busca a promoção e o desenvolvimento econômico do Estado. Além de outras aceleradoras e associações que auxiliam os empreendedores em seus mais diversos segmentos e negócios.

Mapa de empresas. Fonte: Ministério do empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

João Adolfo Stadler Colombo, bacharel em economia pela UEM (Universidade Estadual de Maringá), consultor no Sebrae PR desde 2020 e conselheiro do Comércio e Serviços da ACIM (Associação Comercial e Industrial de Maringá) há mais de 9 anos, diz que há uma queda gradual e significativa do desemprego e isso se deve aos novos estabelecimentos abertos no Brasil em 2023. Em entrevista, ele fala sobre o cenário econômico nacional e local e como o empreendedorismo impacta a economia.

Revista Vozes – Qual é o impacto do aumento no número de novos estabelecimentos no Brasil em 2023 para a economia nacional?

João Colombo: Com a retomada da atividade econômica, impactada fortemente pelo setor de serviços (comércios, turismo, saúde, alimentação etc.) o que temos percebido é uma queda gradual e significativa do desemprego (de 14,9% em março de 2021 para 7,9% em março de 2024), com um importante avanço no rendimento médio do brasileiro (de R$ 2.756 em dezembro de 2021 para R$ 3.123 em março de 2024).

Como a predominância de microempresas e empresas de pequeno porte influencia o cenário econômico do estado do Paraná?

As micro e pequenas empresas tem sido grande responsável na geração de novas vagas de trabalho, representando 80% no total.

Quais políticas públicas podem ser implementadas para apoiar o crescimento e a sustentabilidade das empresas recém-criadas?

Programas de acesso ao crédito com juros subsidiados (normalmente com parceria entre SGCs – Sociedades Garantidoras de Crédito, Cooperativas e Prefeituras, também agora com o SEBRAE figurando como agente avalista), além de consultorias especializadas principalmente nas áreas financeiras e de marketing, pra um melhor controle e monitoramento dos números, além de estratégias que ajudem no crescimento das vendas.

Quais os principais desafios enfrentados pelos novos empreendedores?

Falta de capital de giro (capital próprio insuficiente por estrangular o fluxo de caixa do negócio), ausência de controles para avaliação contínua, conseguir ultrapassar o ponto de equilíbrio o quanto antes de forma a não ter que aportar recursos para bancar despesas.

Como a criação de novos negócios pode contribuir para a inclusão social e a redução das desigualdades regionais?

Novos negócios sempre ampliarão o leque de possibilidades, desta forma os agentes econômicos, sejam empreendedores, colaboradores, consumidores, terão melhores condições para avaliar as melhores oportunidades. Dentro dessa dinâmica, todos tendem a sair ganhando e certamente o que temos percebido é uma melhora nos indicadores que apontam a redução na desigualdade social, tanto a nível nacional, mas principalmente no estadual, onde o Paraná é destaque nos avanços observados.

Segundo o documento do Mapa de Empresas, o setor de serviços e do comercio são os que mais tem contribuído para o aumento do número de empresas ativa. Por que esses setores estão se destacando neste momento? 

Na verdade, o país tem dificuldade em se desenvolver no setor industrial. Faltam políticas públicas de incentivo e a própria conjuntura internacional coíbe, então temos o agronegócio exportador que é importante, porém com um peso relativo baixo no PIB e onde exportamos sem muito valor agregado, depois importamos muita coisa industrializada no exterior, então acaba que naturalmente o comércio figura como o setor de maior relevância, em torno de 70%. Importante ponderarmos os dois lados da moeda, se existe algo de positivo que é do crescimento, da geração de emprego e renda, existe também uma falha evidenciada, que é de uma indústria nacional enfraquecida, justamente onde costuma trazer impactos mais significativos pra um país, se pegarmos como exemplo o que aconteceu com a maioria dos países na Ásia, enquanto por aqui o progresso anda a passos curtos.

Entre os rostos do empreendedorismo local
O desejo de empreender não é apenas para benefício próprio, abrir um próprio negócio possibilita novos postos de trabalho, o fortalecimento da economia com impostos retidos no município e na região local, entre outras vantagens que promovem o desenvolvimento regional.

No vídeo a seguir você vai conhecer o empreendedor Ednei Lopes de Moura, que é proprietário de um comércio no segmento de vendas no varejo de calçados na cidade de Paiçandu, interior do Paraná, e que hoje coopera para a economia e na geração de novos empregos para a cidade e região.

O empresário abriu a loja de calçados em 2021, no auge da pandemia, entretanto, com muito trabalho e persistência, venceu aquele período.

*Sou Débora Correia, estudante de Jornalismo na Unicesumar. Formada em Tec. em Gestão de RH 2020, Tec. em Gestão Financeira 2012, Unicesumar. Teologia Básica 2018, IBADEP e em Docência dos Anos Inicias do Ensino Fundamental 2004, IEEM. Coordenadora de loja do Grupo Prever Sul.

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