Oppenheimer e Radioactive mostram descobertas que transformaram o mundo.
Autora: Maria Vital*
Editora: Prof. Larissa Bezerra
Oppenheimer conta a história de J. Robert Oppenheimer, um jovem judeu que vivia nos Estados Unidos e era amante da física. Ele fez uma importante descoberta no auge da 2° Guerra Mundial, em que os países se encontravam em uma corrida armamentista para a criação de uma bomba nuclear.
Oppenheimer esteve à frente do projeto de pesquisa da bomba a convite do militar responsável pelo Pentágono, que fornecia os suprimentos necessários para que a bomba fosse criada antes dos alemães, que tinham 18 meses à frente pelo fato de estarem avançados nas pesquisas. O filme mostra todo o esforço de Robert para montar uma equipe de pesquisadores de diferentes áreas, fazendo experimentos e calculando de forma rápida tanto para alcançar a eficácia do projeto quanto para a vitória na guerra.
O filme Radioactive, que conta a história de Marie Curie, mostra as adversidades vividas pela cientista tanto na vida pessoal, em sociedade e principalmente na vida profissional. Marie, que teve uma infância difícil com perdas familiares, sempre foi uma garota que se dedicava nos estudos e após entrar na universidade descobriu sua paixão pela física e matemática. Para realizar sua tese, Curie se baseou na pesquisa de um cientista que descobriu a emissão de energia do urânio e encerrou o projeto.
Marie se aprofundou na pesquisa após surgir a seguinte dúvida “Será que a causa dessa emissão de energia, não está dentro dos átomos do urânio?” e a partir daí ela e seu esposo que, também era cientista, descobriram novos elementos com radiação ainda maior do que o urânio, e após separá-los e serem premiados e essa importante descoberta transformou a medicina ajudando a fazer radiografias, até mesmo no campo de batalha da primeira grande guerra e cooperando no tratamento do câncer até os dias de hoje.
Sobre os protagonistas, os papéis foram desempenhados com êxito. J. Robert Oppenheimer interpretado por Cillian Murphy, soube transmitir a sede pelo conhecimento logo no início do filme e como gerenciar uma situação de gravidade nacional, se prontificando a resolver o problema por meio de seus conhecimentos e de como estava sendo solicitado no momento sem deixar de expor sua expertise sobre o assunto. Marie Curie interpretada por Rosamund Pike representou bem as angústias e desafios enfrentados pela personagem que se mostrou forte e sábia para lidar com sua vida pessoal sendo mãe e esposa e também com os percalços da sociedade.
Ambos enredos se passam em épocas similares, com guerras e preconceitos acontecendo nas sociedades, como o antissemitismo, retratado nos dois dramas. Devido ao período em que ocorreram as construções imagéticas de ambos os filmes, transmitem a temporalidade certa para cada um deles. Ocorreram diferenças climáticas em certos momentos e foram bem retratadas com tonalidades quentes em ambientes de temperatura elevada, como o ocorrido em Oppenheimer e tonalidades frias e escuras em Radioactive, que transmitiu tanto o clima frio dos países europeus quanto as dificuldades vividas pela protagonista. Além disso, os tons também sugeriram senso de perigo.
A provocação emocional que os enredos causam nos espectadores é realmente singular e mesmo sendo diferente o impacto em cada um dos filmes, os efeitos visuais colaboraram perfeitamente para a transmissão da mensagem. Oppenheimer transmite uma sensação de emergência, e atenção a todo instante fazendo quem assiste realmente ver e sentir a gravidade e a necessidade da urgência na situação gerenciada pelo personagem, de maneira que se algo der errado toda a nação é colocada em risco. Já o Radioactive gera identificação, compreensão e senso de se prontificar a cooperar socialmente, além de incentivar a prática dos estudos e a busca pelo conhecimento.
Os dois filmes são correlatos e incentivam os espectadores a busca pelo conhecimento e mostram claramente a importância dele para a própria pessoa, a sociedade e o impacto que ele pode causar transformando toda a humanidade, seja de forma boa ou ruim.
* Sou a Maria Vital, e a comunicação é uma das minhas paixões. Levar informação para o público e ver o quão necessária é para a vida humana é um prazer único. O jornalismo tem o poder de impactar pessoas, pensamentos e ações, isso é o que mais me encanta.