Projeto aponta medidas simples que podem evitar que pessoas percam tudo para a água dos rios.
Autora: Berta Thiesen*
Editora: Prof. Larissa Bezerra
O ano de 2023 foi marcado por duas enchentes de grande magnitude em Santa Catarina, com mortes e prejuízos financeiros, principalmente, para o Alto Vale do Itajaí. As cheias também trouxeram reflexão e cobranças por parte dos cidadãos referente ao Plano da Agência de Cooperação Internacional do Japão, ou plano JICA (lê-se “jaica”), conhecido popularmente como “Plano Japonês”. Este projeto traz métodos de manutenção das barragens Sul, Norte e Oeste, possibilidade de dragagem do rio, contenção de encosta, proteção de pessoas em áreas de risco de desmoronamento e alagamento, além de outras ações.
O plano foi apresentado em 2011, na terceira maior enchente já registrada em Rio do Sul, que é a cidade que carrega o título de capital do Alto Vale do Itajaí. Na época de apresentação, houve levantamento de custos, licitações e encaminhamentos de licenciamento ambiental. Mesmo assim, o JICA ainda não foi posto em prática.
Itajaí é uma palavra oriunda do Tupi Guarani. “Itá” significa “pedras”, a letra “j” representa o pronome relativo “que”, junto da leta “a” traz o verbo nascer, emergir. E, por fim, o “y”, posteriormente substituído por “i”, significa “rio”. Rio que nasce sobre as pedras. Os rios Itajaí, do Sul, do Norte e do Oeste, se unem para formar a bacia hidrográfica do rio Itajaí-Açu (Açu, do Tupi Guarani, significa “grande”), com 15 mil km², banhando 52 cidades de Santa Catarina.
A economia, baseada principalmente na agricultura, e a falta de informações geográficas fizeram com que os primeiros moradores do estado, no geral, imigrantes, desbravassem as cidades a partir do rio. Entretanto, isso fez com que as enchentes se tornassem constantes.
Em 2023, a região do Alto Vale do Itajaí, composta por 28 municípios ao centro de Santa Catarina, sofre os impactos causados por duas enchentes de grande magnitude. Em menos de 60 dias, a cidade de Rio do Sul passou pela quinta e pela segunda maior enchentes já registradas na região desde 1911. A quinta maior enchente da história da cidade aconteceu em outubro, quando em o rio atingiu 10,91m. Já a segunda maior do ranking, foi em novembro, com 13,04m.
Relevo e Hidrografia do Vale do Itajaí
O relevo influencia a vida das pessoas e o curso dos rios. O Alto Vale, ou Vale do Itajaí, como um todo, é formado por um dos maiores derramamentos vulcânicos, que aconteceu há cerca de 250 milhões de anos. Nas rochas da região, é comum o encontro de ardósia, matéria-prima de um tipo de piso decorativo. Esta rocha se fragmenta com o tempo e imensas cachoeiras foram se formando a partir disso. Um exemplo, é a cidade de Presidente Getúlio, fortemente atingida pela enchente de 2023, que possui em seu território cerca de 140 cachoeiras.
Em Rio do Sul, três rios se encontram para seguir caminho: o rio Itajaí do Sul, barrado em Ituporanga, pela Barragem Sul; o rio Itajaí do Oeste, controlado na cidade de Taió, na Barragem Oeste; e o rio Itajaí do Norte, proveniente da cidade de José Boiteux, barrado na Barragem Norte, que é a maior de Santa Catarina, com capacidade de 357 milhões de m³ de armazenamento.
É em Rio do Sul que se forma o rio Itajaí-Açu, que também recebe as águas vindas da cidade de Itajaí, do rio Itajaí-Mirim. Essa grande bacia hidrográfica, formada por milhares de afluentes, desemboca no Oceano Atlântico, na divisa entre as cidades de Itajaí e Navegantes.

As maiores enchentes de Santa Catarina
Os registros mais antigos de enchentes da história mostram que, em 1911, o rio alcançou 12,20m, a quarta maior enchente. Ao longo dos anos, desde então, os maiores níveis de inundações variaram entre 10,39m (2013) até 13,58m (1983).
Em 4 de outubro de 2023, o Alto Vale amanheceu com pontos de alagamento por conta das chuvas que somaram cerca de 60 milímetros durante a madrugada. Durante aproximadamente vinte dias do mês de outubro, desenhou-se a quinta maior cheia da história, na qual o rio alcançou 11,86m no ápice.
Em novembro, a enchente começou de na madrugada, entre os dias 15 e 16, com o rio elevando-se rapidamente pela manhã. Enquanto pessoas trabalhavam, casas foram inundadas e algumas pessoas perderam tudo. O ponto mais alto desta segunda enchente foi a marca de 13,04 metros, na madugada do sábado, dia 18 de novembro. O período de inundação durou cerca de 6 dias.
Neste contexto, algumas medidas foram essenciais para que o cenário não fosse pior, como: os alertas via SMS da Defesa Civil para todos os moradores cadastrados, além de mapeamento das áreas alagáveis de fácil acesso, os alertas e ajuda humanitária para que comerciantes retirassem os pertences antes que a água entrasse nas lojas, abertura de abrigos para que moradores das áreas mais baixas pudessem rapidamente ter para onde ir e salvar seus bens materiais, além de também disponibilizar serviços essenciais de saúde e segurança pública em locais fora de risco de alagamento.
Entre as 10 maiores inundações registradas em Rio do Sul, a cota de 13,53m marcou o mês de julho de 1983. Agora, os volumes de novembro de 2023 configuram no ranking como o segundo maior registro histórico. Na sequência estão setembro de 2011 (12,96m); agosto de 1984 (12,80m); maio de 1911(12,2 m); outubro de 2023 (11,86m); junho de 2017 (10,89 m): outubro de 2015 (10,71m); outubro de 1954 (10,70m) e agosto de 1957 (10,65m).
E o que causa uma enchente?
Semanas de altos índices pluviométricos e variações térmicas afetaram a região, pela influência do fenômeno climático El Niño, causado pelo aquecimento anormal das águas do mar e influenciando pela chuva de lugares de baixa e média latitude. Além da chuva, outros fatores como os entulhos nos cursos d’água, esgotos entupidos, poluição, alterações no curso da bacia hidrográfica por fatores naturais como assoreamento, mudanças climáticas e construções em áreas de risco também contribuem para as enchentes.
Mortes foram registradas durante as enchentes
Nas áreas mais baixas da cidade de Rio do Sul, em outubro, casas ficaram com água no telhado e pessoas no segundo andar de prédios até deixaram suas residências com o auxílio do corpo de bombeiros, em barcos, para não ficarem ilhadas. O episódio se repetiu no mês seguinte com mais desespero por parte de quem precisou ser socorrido. Isso porque não se esperava um volume tão grande e tão rápido de água, pegando as equipes de resgate de surpresa.
Sobre a locomoção nestes períodos, o colapso foi registrado não só nas cidades, mas também nas rodovias estaduais e federais. Quedas de barreiras, desmoronamentos, além de lâmina de água com mais de um metro em alguns pontos. Tudo isso, fez com que os bombeiros e polícia de várias esferas criassem um ponto de concentração e só se deslocassem com helicópteros, botes ou ainda veículos traçados. O exército também precisou atuar no Alto Vale com veículos anfíbios e outras estruturas.
A agricultura registrou perda de produção por vários motivos. Inundação de roças, mofo em plantas como trigo, arroz e milho, descarte de alimentos, como o leite, falta de acesso às propriedades, entre outros.
A enchente produz um problema ambiental, já que os entulhos e lixo doméstico acabam indo para o rio. Quando as águas baixam, é possível perceber a sujeira e o lodo que ficam nas edificações. Para que as melhorias aconteçam é necessário que haja licenciamento ambiental, já que será necessário escavação mecânica para abertura e suavização das curvas do rio. Já são cinco anos aguardando licenciamento ambiental para tais obras.
Todos os dados de levantamento ainda estão sendo contabilizados pelas prefeituras do Alto Vale. Toneladas de entulho ainda estão sendo retiradas, perdas econômicas também são preocupação das administrações, que solicitam perante ao Governo do Estado, Governo Federal e bancos, recursos que possam ajudar tanto os municípios a cobrirem despesas e reconstruírem as cidades, além de também ajudar os moradores com medidas emergenciais, como a liberação do FGTS e benefícios governamentais.
Os dados apurados na capital do Alto Vale pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, em outubro, trazem a resposta de 2.077 questionários online aplicados aos afetados pela enchente. As informações trazem que houve mais de R$100 milhões em prejuízos e que as empresas deixaram de lucrar quase R$45 milhões. Já os dados de novembro não foram divulgados até o fechamento da reportagem.
O mês de outubro de 2023 não foi marcado apenas por perdas financeiras. Três mortes foram registradas por conta das inundações no Alto Vale. Milhares de resgates foram feitos em tempo, de pessoas presas em casas, de animais, de pessoas se segurando em placas e postes, entre outras situações. Os resgates aconteceram por profissionais e por voluntários. Em novembro, duas pessoas morreram após o carro ser arrastado pela correnteza, em Taió, no Alto Vale.
Danos materiais e emocionais
Um morador do bairro Barragem, em Rio do Sul, que preferiu não se identificar, conta que havia se mudado um dia antes das chuvas começarem, no feriado de 15 de novembro, com seu companheiro e dois cachorrinhos de estimação. “A gente sabia que a cota de inundação lá no nosso novo endereço era de 11 metros e meio, mais ou menos, para a água começar a entrar. Até, em outubro, não chegou a entrar água lá”, diz.
Contudo, em novembro, quando começou a chover muito, o imóvel foi atingido. “Como a casa é de dois andares, começamos a subir tudo para o segundo andar. Quando terminamos de subir, o rio já estava entrando em casa”.
De acordo com o morador, a partir deste momento ele ficou ilhado na nova residência e, algumas horas depois, a água tomou todo o andar debaixo e o desespero tomou conta. “Quando faltava mais ou menos um metro para a água entrar no segundo andar, ligamos para os bombeiros, que pediram paciência. Demorou bastante para conseguirmos ligação, inclusive. Aí as horas foram passando, o socorro não veio, a chuva continuava e começamos a nos desesperar. Faltavam mais ou menos uns 30 centímetros para a água chegar no segundo piso. A sorte é que tinham umas pessoas passando de barco e ofereceram carona”.
Eles tiveram tempo apenas de pegar uma mochila com poucas coisas e entrar no barco, mas ainda assim, não tinham para onde ir. Neste momento, a solidariedade é ressaltada, visto que um conhecido foi quem os abrigou.
Barragens do Alto Vale precisam de manutenção

Em meio a todo o caos, com pessoas desabrigadas, mortes, perdas milionárias, preocupações e incertezas, a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina emitiu um laudo técnico avaliando a segurança das barragens. E, por mais que as estruturas sejam consideradas seguras na conclusão do laudo, há problemas a serem resolvidos com manutenção preventiva, indicadas neste mesmo documento.
Das verificações, na Barragem Oeste, em Taió, foram encontrados:
- Infiltrações em pontos da junta de concretagem, entre o concreto antigo e a parte da sobre elevação, o que é dado como “fato de possível ocorrência e fácil recuperação com aplicação de materiais vedantes”.
- Dentro da galeria, onde fica o sistema de comportas e o equipamento de abertura e fechamento, uma série de infiltrações foram encontradas pelas paredes de montante e juntas de dilatação. Nesse local a preocupação foi com o sistema de bombas de drenagem das águas.
Na Barragem Sul, em Ituporanga:
- Não foi possível verificar o sistema de comportas, pois a galeria de acesso ao sistema estava coberta pelas águas que infiltram pela rachadura existente no conduto, a montante da comporta C4;
- A comporta C4 estava aberta e uma pequena parte das águas estava saindo pela galeia C1 devido a rachadura no duto de adução que alimenta a C4.
E na Barragem Norte, em José Boiteux:
- Foi verificado que no sistema de comportas com controle havia um vazamento, não sendo possível confirmar o total da abertura da comporta, dado ao difícil acesso ao shaft onde se encontra instaladas as mesmas.
As informações foram repassadas em documento oficial à imprensa de Santa Catarina no dia 12 de outubro de 2023.
Por consequência, o Estado ainda faz algumas recomendações neste documento. Em resumo, esqueletos de drenagem, recuperação e vedação de locais que necessitam ser acessados para a operação das estruturas, sistemas de automação e recuperação de locais danificados, estão entre os pedidos do documento. Ao final desta reportagem, você pode conferir o texto na íntegra.
Os últimos investimentos significativos feitos nas barragens do Vale do Itajaí foram as obras de sobre-elevação em Ituporanga e Taió, iniciadas em 2013. De acordo com o site da Defesa Civil de Santa Catarina, em 2014 a obra de ampliação foi concluída em Ituporanga. Os investimentos na Barragem Sul superaram os R$19 milhões, aumentando em mais dois metros de altura e o armazenamento passou de 93 milhões de m³ para 110 milhões de m³ de água. Já em Taió, o aumento foi de 83 milhões de m³ para 100 milhões de m³ de água no armazenamento.
Em 2023, as barragens da região tiveram impacto direto no nível do rio. Uma das situações mais delicadas em meio às águas foi a da aldeia indígena La Klaño, que fica dentro do território da maior barragem de Santa Catarina, localizada em José Boiteux, que tem capacidade para segurar 357 milhões de m³ d’água. A inundação no local é inevitável e piora ainda se a barragem verter, pois o canal de vertimento fica localizado diretamente acima da comunidade. Os indígenas fizeram solicitações ao Governo do Estado para que pudessem ter mais segurança, como atendimento de saúde, embarcações e lugares para que pudessem ficar durante o período de cheias, entretanto, com o descumprimento deste acordo, houve manifestações.
Tecnologia Japonesa pode ajudar na contenção de cheias
O ex-secretário da Defesa Civil do Rstado de Santa Catarina e atualmente voluntário na entidade, Rodrigo Moratelli, esteve presente auxiliando o Governo do Estado quando o Plano Japonês, o JICA, foi apresentado pela primeira vez no Alto Vale, em 2011. Ele foi o responsável por apresentar tal planejamento, no dia 23 de outubro de 2023, para autoridades municipais e de segurança pública do Alto e Médio Vale além de representantes da Foz do Rio Itajaí.
“Nos próximos dez anos nós estamos escrevendo o futuro dos próximos 100 anos”, disse Moratelli ao introduzir a importância de um único objetivo quando o assunto são as cheias. “Óbvio que dentro de 100 anos nosso Vale cresce, novas situações são percebidas, mas com a inteligência da gestão pública, com plano de contenção e ocupação racional do solo”. De acordo com Rodrigo, não adianta seguir construindo dentro da água e nem apelar para construções nos morros, pois o solo é muito suscetível e o rio sai da calha facilmente. Dessa forma, o Plano Japonês pode ajudar.
O primeiro passo da JICA é a melhora na comunicação. “É inadmissível que haja uma morte dentro de uma operação da Defesa Civil. Nenhum dos senhores pode admitir, em meio a uma crise, que aconteça uma morte que não por uma força maior. Todas essas que aconteceram aqui foram por ações pessoais”, diz Moratelli. Para evitar desastres como os registrados no Alto Vale e outros em SC, o plano JICA pede uma comunicação transparente durante o trabalho das forças públicas para com a população. Uma das medidas para melhor comunicação direta com a população que já está em prática é o envio de SMS através de um cadastro que o cidadão faz enviando o CEP de sua rua para o número de celular da Defesa Civil. O canal também funciona por aplicativo de mensagens.
Ainda durante a explicação do plano japonês, foi falado sobre o uso das barragens para reservatório de água em épocas de seca e não apenas simplesmente liberar toda a água que fica represada. Outro uso secundário que as barragens podem ter é a geração de energia, custeando um sistema que possa manter as barragens sempre em operação.
Desde abril de 2018 pouca evolução foi registrada na tomada de decisões com relação à contenção de cheias. Sensores que mostram a modelagem hidrológica foram instalados, mas ainda é necessário se pensar em ações que possam evitar a inundação. Uma opção é a instalação de micro barragens em locais estratégicos, em bairros das cidades.
As obras não são complexas
Para alargamento do rio é necessária terraplanagem. Quando há pedra no solo, existe a necessidade da troca de vegetação na margem dos rios, com uma planta que traz mais estabilidade e menos peso para a margem, evitando o acúmulo de entulhos que acontecem com árvores, por exemplo. Para casos de assoreamento, que aterra o fundo dos rios, é preciso o melhoramento fluvial da margem, com vegetação.
De acordo com Moratelli, os deputados da região poderiam acelerar os pedidos de licenciamento ambiental e de recursos aos governos estadual e federal para que, juntos, o financiamento, os materiais e o capital humano necessário para as obras, fossem conseguidos com celeridade. O “bota-fora! dos entulhos, areia e pedras que serão retirados do rio também deve ser pensado, já que, caso seja colocado em áreas fora de estratégia, essa sujeira pode voltar para o rio. Ainda, ele diz que o governo do Estado, em suas divisões, “não quer resolver o problema”. A solução, segundo ele, seria a criação de uma secretaria voltada especificamente para este problema, que iniciasse e terminasse as obras com comprometimento.
O que diz o governo de SC?
Na segunda maior enchente de Rio do Sul, em novembro de 2023, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, citou que até o momento nenhuma ação foi tomada em outros governos, mas que ele será o primeiro a fazer algo sobre o assunto. Recursos foram destinados de forma emergencial para todas as cidades de Santa Catarina atingidas pelas cheias. Medidas ainda estão sendo tomadas em decorrência do mês de outubro e os levantamentos de perdas de novembro estão sendo realizados. Contudo, o governo ainda não definiu métodos e datas para a realização das primeiras movimentações do Plano Japonês.
No dia 4 de dezembro, uma reunião foi realizada entre a Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil e Secretaria de Articulação Nacional de Santa Catarina. O secretário de estado de Defesa Civil, Coronel Armando Schroeder Reis, não conversou com a reportagem até o momento do fechamento desta matéria, porém, em entrevista a um veículo de comunicação de Rio do Sul, afirmou que estruturas de barramento serão construídas em Mirim Doce e Petrolândia a partir de 2024.
Coronel Armando, durante a entrevista, falou que a responsabilidade deve ser passada para a Secretaria de Obras do Estado, porque a Defesa Civil não possui engenheiros suficiente para os trabalhos. O prazo previsto para a entrega é de, aproximadamente, três anos. Áreas precisam ser desapropriadas e ainda faltam ajustes de permissões ambientais. Recursos ainda estão sendo buscados e a própria JICA cogita financiar obras no Alto Vale. O Coronel também cita que a ideia é transformar este plano em algo fixo para o governo de Santa Catarina, independente do governador eleito.
Recomendações da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina para maior segurança das barragens:
“Das Recomendações: Barragem Oeste. Aquisição e instalação de bombas submersas automatizadas para drenagem das águas de infiltração na galeria, sob pena de a galeria ser inundada, tendo como consequência a perda do controle de abertura e fechamento das comportas. Recuperação com vedação de todas as infiltrações e tratamento adequado das juntas de dilatação, como também a vedação onde hoje está ocorrendo a infiltração entre o concreto antigo e a sobre elevação. Remanejamento do sistema hidráulico de abertura e fechamento das comportas para local fora da estrutura do barramento, evitando -se, assim, transtornos futuros como o que já ocorreu na barragem Sul em Ituporanga. Construção de uma comporta para vedação da entrada da galeria, evitando dessa forma que as águas de jusante venham a invadir o interior da barragem deixando-a de difícil acesso para as operações necessárias. Automatizar a comporta grande com sistema de Hidráulico para facilitar sua operação.
Barragem Sul. Recuperação do conduto de adução da comporta C4, e na sequência inspeção dos demais. Quando constatadas avarias, providenciar os mesmos procedimentos realizados na comporta já citada, deixando-as em condições de segurança para operação. Automatizar a comporta grande com sistema hidráulico para facilitar sua operação.
Barragem Norte. Providenciar a recuperação do sistema de abertura e fechamento da comportas e todos os equipamentos necessários para o bom funcionamento desse sistema. Limpeza geral de toda a área, principalmente nos taludes de montante e jusante, a fim de evitar o crescimento de árvores que poderão intervir no núcleo do barramento e causar infiltração, trazendo grandes prejuízos para o barramento. Termino do canal de desague do vertedor, para evitar a erosão da margem esquerda em frente ao canal evitando, dessa forma, futuros transtornos quando o mesmo verter”.
* Berta Thiesen, 22 anos, é comunicadora e repórter. Leitora assídua, amante de música antiga, sorvete e noites viradas. Integrante da Sonserina, em Hogwarts. Nunca teve dúvidas de que jornalismo seria seu destino. Sonhadora até que se prove o contrário, seguindo a filosofia de ser uma metamorfose ambulante.